
Os camundongos já eram conhecidos pelo homem cerca de 6.000 anos antes de serem utilizados como pesquisa. Mas desde que forma introduzidos em laboratórios, no século XIX, os camundongos transformaram-se em um dos mais importantes animais experimentais. Foram desenvolvidas aproximadamente 400 diferentes variedades ou linhagens, muitas delas específicas para determinadas pesquisas. Só as pesquisas sobre o câncer utilizam milhões de camundongos a cada ano. Os camundongos são prolíferos, fáceis de cuidar, e sua manutenção não é muito cara. Estas qualidades os recomendam aos pesquisadores. Os camundongos são muito utilizados em pesquisas farmacológicas, onde são utilizados para a investigação de efeitos tóxicos nas triagens de compostos químicos. Linhagens de camundongos consangüíneos pertencem a uma categoria especial de animais para pesquisas. Geralmente esses animais têm índice de mortalidade mais alto e taxa de crescimento mais baixa do que camundongos não- consangüíneos. São sujeitos ao canibalismo, têm temperamento muito variável e algumas vezes malformações congênitas. Mas estes camundongos desempenham importantes funções. Geneticistas desenvolveram variedades consangüíneas de camundongos susceptíveis à distrofia muscular, uma doença humana de natureza debilitante, cuja cura ainda é desconhecida. Outras variedades são geneticamente selecionadas para que apresentem problemas metabólicos natos, auxiliando os biólogos a obter e aprofundar seus conhecimentos sobre certas reações anormais. Novos lotes de camundongos, ao serem introduzidos nos laboratórios, devem permanecer em quarentena, e o material em que foram transportado deve ser incinerado. O ideal seria não misturar animais provenientes de diferentes fornecedores. Os camundongos devem ser manuseados com delicadeza e nunca use pinças para apanhá-los. Segure sempre, delicadamente, na cauda. A marcação (picote) da orelha é um método prático para identificar lotes de 100 ou mais animais. Se a colônia tiver mais de 100 elementos, o tingimento do pêlo aparece como um método alternativo de fácil utilização.
REPRODUÇÃO
O animal de laboratório está apto para a reprodução aos 60 dias de idade. Alguns sinais de estro podem ser observados aos 21 dias, conforme a linhagem do animal. Nesta época podemos observar uma certa abertura da vagina, mas o estro completo se inicia alguns dias mais tarde. O ciclo estral dura cerca de 4 a 5 dias, ou seja, há ovulação cada 4-5 dias. O período de gestação dura de 19 a 21 dias, exceto para as fêmeas que estão amamentando. Nesta fase, a gestação pode ser alongada em 6 a 16 dias. Já foram obtidas ninhadas de animais com apenas 45 dias de idade, mas esta prática não é recomendada quando se pretende manter uma colônia de reprodutores. O número de filhotes numa ninhada varia de 10 a 24 animais. Existem registros de nascimento de 30 filhotes numa única ninhada. Ninhadas muito numerosas devem ser reduzidas através do “culling” ou através do “cross fostering” sempre no dia do nascimento. Assim, a fêmea esta menos sujeita ao canibalismo e a devorar sua próprias crias. Os recém nascidos começam a mamar imediatamente. Isto fica evidente através da mancha branca observada na região abdominal, que nada mais é do que o estômago cheio de leite. Esta observação pode servir de critério para a seleção dos animais mais fortes. Se o estômago não se apresentar cheio, o animal pode ser considerado fraco e, então, eliminado. O camundongo, ao nascer, pesa cerca de 1 a 1,5 grama. Não tem pelos e seus olhos estão fechados. O crescimento dos pelos se inicia imediatamente, mas os olhos só se abrem a partir do 12º - 13º dia de idade. O pelo, apesar de estar crescendo, só se torna evidente a partir do 2º - 3º dia de idade. As orelhas se afastam da cabeça, a partir do 6º dia. Os dentes começam a aparecer no 11º dia. Tão logo os olhos se abrem, o animal começa a mordiscar o alimento sólido (12º - 13º dia). O apetite aumenta rapidamente e o animal pode ser desmamado aos 21 dias. A sexagem poderá ser realizada ao nascimento ou desmame, através da distância adanal que no macho é superior ao observado na fêmea.

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